domingo, 4 de julho de 2010

[Abraçaram-se num mesmo fugor como se a despedida fosse para a eternidade. Percebi que a garota morena e de cabelos compridos não parecia gostar do abraço, recebendo-o com um certo desdém, sorriu num inefável disfarce. Como se não bastasse, sua amiga transcendeu a exímia farsa num sorriso recíproco. Nenhuma das duas percebera tamanho teatro, somente eu que tentava neste momento achar, entre milhares, a chave do meu apartamento.
Elas pareciam ter se esquecido de algum detalhe e retornam a conversa descartando a primeira despedida. Falam mais algumas coisas no corredor e as unhas tiveram sua importância, finalmente, enquanto a garota morena as roia desesperadamente ao saber, talvez, de uma notícia não tão boa.
Entre tantos outros espantos, sorrisos e abraços a tarde esvaiu-se e as duas entraram em seus respectivos apartamentos. No corredor as gargalhadas ecoaram-se por um bom tempo e aquele ar penetrou em minha sala, impregnando-se em meus cabelos e pele. Até o momento do banho senti-me tão sujo quanto o dialógo que se ponderou no corredor.]




















[junior ferreira]

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