[...]
[Sob certas luzes, que se produzira através do efeito das oscilações das cortinas da janela, pergunto-me se era mesmo uma mancha na parede ou uma árvore nascendo no canto da sala. Algumas coisas em forma de galhos foram espalhando pequenos feixes deslizantes de luzes que cortavam as gavetas e depois subiam pela parede e acabavam na estante. Para ser mais preciso as luzes tinham um fim na quinta prateleira da estante, na qual iluminavam-se a teoria quântica, a literatura de Jorge Amado e Drummond, a cabeça de Raduan Nassar sustentada pelo instinto materno de Lispector, alguns CDs que desconheço a origem e a robô de alumínio, a qual exige o mínimo de força para lhe dar uma idéia de vida e faze-la andar pela prateleira de madeira, retorcendo o som de sua máquina de metal que ecoa por todo o resto da casa.]
[junior ferreira]
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