quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

[...]













E vai surgir o momento
em que vou gritar por esperança
e as estrelas vão ouvir o som
gutural da minha voz
explodir
entre milhões de constelações
em todo o universo












[junior ferreira]

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

[...]














Quando a luz se desfaz
eu crio o meu segundo mundo.
Os armarios criam braços,
a cortina que balança
projeta diferentes sombras
na parede
e consigo ver os monstros
que invadem o meu quarto
arrancarem o meu sono.

A minha preocupação flutua
entre os barulhos que se intensificam
e as vozes que sussurram,
quando na verdade,
o pior de todos os fantasmas mora
dentro da minha imaginação,
e faz existir
todas as coisas estranhas
que acontecem
incessantemente
em minhas madrugadas.












[junior ferreira]

domingo, 6 de dezembro de 2015

[...]














O estado de espírito, na verdade, flutua
entre a condição de aceitar e a de ser feliz,
quando na verdade, a felicidade é apenas uma condição
momentanea,
algo que satisfaz apenas o gozo do instante
entre o início e o fim de uma emoção que nos paralisa.

Se tiver sorte, vou mesmo lavar a tristeza da cabeça.
Ligar o rádio e ouvir um jazz
enquanto balanço na rede
num fim de tarde vermelho,
como os nossos sorrisos
que congelaram todos os momentos,
perpetuando-se
em apenas
uma palavra, efêmero.













[junior ferreira]

domingo, 29 de novembro de 2015

[...]

















Quando bate a saudade,
eu rezo, faço promessas,
fico ajoelhado e se não funcionar
faço macumba.
Se ainda sim nada preencher o vazio, ah!
Desisto! Posso ser velho,
criança, adulto,
tornado,
ou borboleta. A ausência é inevitável.















[junior ferreira]

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

[...]














O mundo gira veloz
e meus cabelos
caem a cada dia mais.
Essa saudade e esses barulhos que não cessam,
me tornam um fantasma
imerso na vertigem da manhã.
E o susto,
ao ver minha imagem refletida no espelho,
me faz questionar
o porquê de eu ser eu.


















[junior ferreira]

terça-feira, 17 de novembro de 2015

[...]














Tento disfarçar a tristeza
como a ferida aberta embaixo da blusa,
embaixo da jaqueta,
sob a calça jeans desbotada.
O rasgo que ninguém vê ou consegue sentir
na mesma intensidade
que eu sinto e vejo,
se acoberta em meu sorriso vesgo
e espalha uma ideia de felicidade,
para não dizer o que se esconde sob a roupa,
sob a camisa,
dentro do peito.












[junior ferreira]

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

[...]

















Descobri que as pessoas pensam mais rápido do que eu.
Sou o mais lento,
presto atenção na cor da parede,
nos detalhes do piso,
por onde estou pisando,
depois me esqueço de tudo,
de tudo mesmo.

Quando retorno ao ponto inicial e tento repetir
toda aquela caminhada,
a vontade de se reinventar se torna contínua,
cada emoção vivida
se torna diferente,
excitante,
cada ar que respiro
é algo novo,
nao tao jovial,
entretanto,
singular
e desconexo de qualquer realidade já imaginada.

















[junior ferreira]













domingo, 25 de outubro de 2015

[...]


















Deixo de existir
por alguns segundos,
a Terra continua a girar,
o Universo continua essa bagunça,
os transeuntes continuam,
os sentimentos não param
e minha insignificancia soma-se
aos outros que compartilham
da mesma experiencia de se desaparecer
e continuar existindo
em pensamentos,
em matéria,
vertigem.















[junior ferreira]

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

[...]


















Somos o próprio mistério de sermos essa borboleta
rosa chumbo carvão
sem memória
com um coração onde também cabe a poesia
de asas gigantes
e destorcidas
somos, por conseqüência de existir,
uma metamorfose
dentro de bilhões e bilhões de metamorfoses
















[junior ferreira]


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

[...]














Deixamos nosso café pela metade
e decidimos viver como se fossemos desconhecidos.
Vestíamos roupas estranhas,
usávamos cabelos cheios de caramujos
e escolhemos os tentáculos ao invés de braços e pernas.
Nos tornamos aliens em nosso próprio mundo,
desconexos de nós mesmos,
distantes até mesmo um do outro.
              Com o passar do tempo,
              nossa mentira
              se tornou real
              e nossa existencia,
              singular.













[junior ferreira]

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

[...]













Quando o vi, pela ultima vez,
de longe, no final da trajetória,
acenando,
Parecia tentar dizer alguma coisa
com aquele olhar que diz
que haverá um momento
singular
no qual os nossos sorrisos
trocarão a derradeira lembrança viva
de estar perto um do outro

















[junior ferreira]

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

[...]














Posso contradizer ao meu corpo
minha ânsia
contudo a vontade permanece a mesma
a canção mantem-se
minimalista

Se esquecer de quem sou
minha filosofia morre
e com ela
minha ideia de existir
de existência

Tenho uma luz no coração
que se abre levemente
aos poucos
posso iluminar a alma de quem esta
ao meu lado
embora a minha continue nas sombras

Se me fizesse apagar a memória
iria agradecer
Se não fossem pelos meus pais
se não fossem pelos tempos
que passei e me senti feliz
se não fossem pelas
                                horas













[junior ferreira]

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

[...]













Há dias que tenho medo
de morrer
de somente em pensar que irei morrer
Poucos outros dias que não ligaria
de me acabar no mundo

Se eu pudesse dar um grande grito no espaço
e se o meu som propagasse no
vácuo
Gritaria até milhões de anos luz ouvirem o estardalhaço
da minha voz e a loucura
do meu sentimento
de querer desaparecer















[junior ferreira]

domingo, 23 de agosto de 2015

[...]













[...]









O que chamamos de infinito
é essa ideia feliz de que temos da vida,
um positivismo utópico
de que tudo
é válido para viver sorrindo,
se de fato quando mortos
toda possibilidade se romperá no derradeiro
                                   suspiro, e não acharemos a mesma graça
                                         ou teremos a mesma percepção da felicidade
                                                de quando éramos vivos



















[junior ferreira]





terça-feira, 21 de julho de 2015

[...]












Sentamos na praça
no centro de Boston
As pessoas apressadas
desciam e sumiam na avenida
Algumas paravam, fumavam, entravam em carros estranhos, taxis
Não há paz numa cidade em caos de pessoas
desesperadas
com um rastro gigante que nos deixam curiosos pra saber de onde vieram
e pra onde estão indo

Pegamos uma comida de um trailer parado perto da praça
na metade do prato
o "amor" surge ao assunto
Entre frustrações e decepções que tentei desabafar naquela tarde
ouvi algo que estremeceu os meu ossos
O Amor também é substituível


















[junior ferreira]

sexta-feira, 19 de junho de 2015

[...]

















Quero aprender a viver de uma maneira a saber desconsiderar tudo o que vivi e julguei algum dia importante. Saber manipular o meu estresse e entender a vaidade como apenas um adereço cru e sujo, transmitido pela alma. Deliberadamente, quero saber apagar a memória, escurecer os sorrisos que compartilhei, quero lapidar a vida como se simplesmente as lágrimas que ver cair, não tenham sentimento algum. Quero ser igual a você, frio e calculista; usar sal demais na comida e ainda dizer que está temperada; conseguir diminuir pessoas e se enxergar no próprio reflexo como uma presença imponente. Fale como consegue, pode ser através do pensamento inevitável e repulsivo que transmite para si mesmo quando transpira, pode ser no plural ou soletrado, contudo me ensine a não ter mais sentimentos, inclusive por quem pensamos amar ou ter amado algum dia.













[junior ferreira]

quarta-feira, 29 de abril de 2015

[...]















E se perguntarem por mim
diga que saí por aí
Fui a padaria
ou a esquina pra ver se encontrava um amigo
Algo ou alguém que não me diminua sem critérios
que não seja efêmero e veloz como todas as manhãs de Janeiro












[junior ferreira]


domingo, 5 de abril de 2015

[...]














É inegável o fato de eu estar saudoso
quando não tenho o seu cheiro - da sua nuca -  por perto
e os meus travesseiros não desempenham tão bem o papel como deveriam

Estou saudoso
porque sinto a falta do
calor dos seus braços
sua barba
pernas
corpo
rodeando meu
corpo
pernas
baba e o
calor dos meus braços















[junior ferreira]
[...]














[O medo também é relativo]

Se me perguntar do que tenho medo
diria de cachorros ferozes
de morrer sozinho
Tenho medo do escuro - eu confesso - e de ser abandonado no meio da noite
medo da solidão
medo dos meus pais me deixarem
da minha irmã nunca mais voltar
dos meus amigos evaporarem
Medo de não conseguir mais sentir medo

Neste momento se me questionar sobre o que tenho medo
eu responderia que
tenho medo da inexistência de uma reciprocidade

Contudo, tudo isso se resume a este instante
o qual em alguma parte alguma há de ter respostas
e haverá de ser recíproco de alguma forma

[Nesses momentos sinto medo de não ter esperança]


















[junior ferreira]

sábado, 4 de abril de 2015

[...]














E teria algum nome para o amor
que fosse diferente de
amor - propriamente dito -
diferente de aflição
de desespero
paixão exacerbada
cegueira
falta de ar
vertigem
paranóia
obsessão
possessão
efemeridade
incalculáveis
                    borboletas no estômago?

Algum termo para desdobrar essa ideia
de que o amor realmente existe
e não pode ser traduzido em diversos sinônimos
ou perder o significado que só entendemos
quando somos tocados por ele?

Existe?

Eu chamaria de simplesmente Amor
Algo líquido ou que assume o estado líquido
para se moldar as nossas necessidades
ou ao nosso destino
Contudo, não um líquido que se evapora ou escorre por nossas mãos
mas sim, menos efêmero
um líquido-sólido
leve
que se expande com a idade
e aumenta para o infinito
e além de qualquer
imensidão que possamos
nos atrever a imaginar

















[junior ferreira]











sexta-feira, 3 de abril de 2015

[...]



















Um cheiro que não pode ser explicado,
não pode ser definido em adjetivos,
mas é sentido em cada profundidade
harmonia
silêncio
como se pudesse ser palpável
modelado em origamis e diferentes formas usando uma aquarela.
O cheirinho, como gosto de dizer
vem da sua nuca todas as noites
atravessa seus braços
pernas
costas
penetra em suas camisetas
e perfuma minhas roupas
minhas mãos
impregna-se em minha mente
fazendo-me transpirar seu suor
a cada momento em que seu sorriso e alma
tocam a minha memória
em alguma parte dessa saudade
que o tornou singular



















[junior ferreira]

domingo, 29 de março de 2015

[...]



















A ruptura não é somente a partida
ou uma despedida sem palavras
é o inicio e o fim de algo que não sabemos explicar
que não entenderemos nunca
como começou e como findou
O derradeiro suspiro explica uma ruptura
um afastamento, é por si, uma ruptura

Romper-se e deixar de ser imutável
é aceitar a vida e o amor como realmente funcionam
coexistem e rompem-se em milhares
bilhares
infinitas
possibilidades de um novo começo
um novo existir
uma nova borboleta
















[junior ferreira]

sexta-feira, 20 de março de 2015

[...]














Janeiro
Ruptura e partida na manhã veloz de Janeiro
Quer dormir e Janeiro insiste em manter-se em alerta
Não quer parar
desistir já não quer mais

Fevereiro
Desistência
Não luto mais pelo que não consigo ganhar
nem com mil exércitos nem em inifitas batalhas
Mês curto e infindável

Março
Misterioso e alheio as desavenças de Janeiro
Um sorriso que encanta
invade a manhã de
Março
rompendo Fevereiro e
fazendo com que as minhas noites
façam-me acordar ao ouvir a sua voz

O sentido que achei em Março
não quer morrer
não quer parar
quer ir além
para alguma parte
                           alguma

















[junior ferreira]
[...]

















Ouvi boatos de que as flores se atrasariam
duas horas para chegar
E toda a minha roupa - ou indumentária se prefere palavras rebuscadas -
já estaria amarrotada quando aparecessem por aqui

Falaram, feito telefone sem-fio, sobre um tal de não-sei-quem
Disseram ser alto
magro
sério
e muito inteligente
No final, mudaram de ideia sobre sua aparência

E quanta conversa atravessada havia naquela sala
Falavam de outras flores do quintal
como se fossem as melhores do canteiro
Distorciam fatos como se fossem únicas
e pintavam as folhas como se tivessem unhas
Sem falar na mudança de humor repentina
quando os feixes de sol entravam através do balançar das cortinas
Já exausto
resolvi desistir daquele papo massante

Abri as cortinas
e deixei o Sol entrar
ficando apenas as flores que realmente faziam algum
                                                                                sentido algum
       












[junior ferreira]

quinta-feira, 12 de março de 2015


[...]










Veio como relâmpagos numa madrugada
e disse sentir saudades

Se não fosse pelo gosto amargo do resto de cerveja
que se metabolizava em sua boca
haveria mais sinceridade

Se o humor não mudasse constantemente a cada 30 minutos
Eu acreditaria
em suas palavras

Se soubesse acenar do outro lado da rua de uma forma menos pretenciosa
Eu não perceberia
que na verdade
a saudade que sentia era do meu corpo
lábios
pernas
cona












[junior ferreira]

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

[...]















Procuro por algo que me faça sumir
Pode ser uma ilusão de desaparecimento
uma ideia de como construir algo que me faça
                                   desmanchar em partes infinitesimais
                                                                        incalculáveis
                                                                        assimétricas

Um quebra cabeças que nem mesmo os mais intelectuais e estudiosos
conseguiriam terminar, nem daqui a milhões
                                                                       bilhões
                                                                                  quatriliões de anos
nem mesmo se fizesse chover terra
                                                       estrelas
                                                       ou
                                                       acidentalmente
                                                       desdobrassem o espaço-tempo




















[junior ferreira]

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[...]











Não há sinceridade em seus sorrisos.
Não há como dormir em seus braços novamente.
Não sentirei sua pele me aquecer pela madrugada.
A volúpia, que antes crescia com o seus olhares,
não arde mais,
nem ao menos interrompe
um sentimento que não somos capazes de explicar.

Não quero morrer.















[junior ferreira]

domingo, 4 de janeiro de 2015

[...]














Vivo
cheio
de

S
a
u
d
a
d
e
s
















[junior ferreira]