sexta-feira, 9 de julho de 2010














Equanto a empregada tentava acalmar a vizinha, ainda mais gritos saltavam das janelas. Levantei-me então e fui até o corredor, lugar no qual tudo ocorria.
A vizinha estava despida e desesperada, parecia falar em outra língua, talvez grego, suas lágrimas escorriam para cima, entravam em seus olhos. A senhora então começou a xingar a todos em grego, sim era grego. Desesperada saiu correndo pelo corredor, e bem no fim ela pulou a janela. Esta cena tornou ainda mais complexo a situação. Todas as pessoas que assistiam se entreolharam e foram se afastando. Entrei para o meu apartamento, a empregada continuou seus afazeres, nada parecia ter ocorrido.
Então acordei. Levantei-me e fui até a varanda. A vizinha estava fumando em sua varanda e acenou com a cabeça, devolvi com um sorriso, ainda torto. Eram dez da manhã e as pessoas na rua mantinham a mesma pressa de sempre. Este vínculo entre o sonho e eu mesmo quase me desvencilhou da realidade. Ao ver o mau humor tomar por completo a vizinha quando a empregada derrubara a orquídea, percebi, neste momento, que havia realmente acabado de acordar.

























[junior ferreira]

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