terça-feira, 12 de agosto de 2014

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Parece que foi ontem
que confundi lilás e rosa escuro,
primavera e outono,
os tornados de todas as manhãs
com o vento tenro de depois do almoço.

Parece que foi outro dia que andávamos por aí de mãos dadas
e hoje nem sabemos um do outro,
que andei de bicicleta por uma reta infindável em minhas emoções,
que sorri o amanhã como algo inesperado
e esperado de forma clara e doce.

Efemeridade, assim nomeio minha existência.
Como tudo passa rápido,
e num piscar de olhos estamos do outro lado do mundo
e retornamos ao ponto inicial novamente.
Num piscar de olhos temos uma multidão ao nosso redor
e quando menos esperamos
nos deparamos sozinhos
no meio daquela solidão que não podemos nem nos atrever a tentar explicar.

É no meio do nada que achamos respostas.
E como tudo é efêmero, de alguma forma as respostas nos alcançam,
e então vamos entender que quando misturamos groselha com abacaxi
ou cebola com pimentão,
o que temos em mente é que apenas vivemos
para ter a felicidade de provar algo diferente
novo
e distante de nosso paladar.










[junior ferreira]

Um comentário:

  1. Quero todas as misturas possíveis, todos os sabores, todos os tons... Muito lindo esse poema!

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