segunda-feira, 24 de novembro de 2014

[...]














Tenho barulhos de mil pássaros em minha cabeça
e de nenhum barulho
senti o seu desafinar

Tive mil barulhos em minha mente
quanto bem te vi milhões de vezes
e bilhões de vezes
repeti que seriam
apenas nossos aqueles barulhos
que lamentavelmente
eram bem-te-vis gritando
e rumorejando
lampejos
verde-musgo
que destroem
sonhos
e aniquilam felicidades

Bem que te vi na rua
de camisa polo verde
com aquele perfume
que usou mil vezes
e o senti milhões
de vezes levando-me a transbordar em esféricas sensações
de que queria-estar-com-você e
não apenas bem-te-ver
                                   por dentre as copas de árvores
                               onde há rumores
                          de que os pássaros
                     um dia, quem sabe, vão parar de cantar
               e repetir entre trilhões e trilhões
       que o seu olhar ainda não se evaporou da minha mente
Não sumiu ainda aquela sua imagem
suado, se mexendo na cama, esquivando dos seus pesadelos
sendo o que conseguia ser só comigo
dizendo que
                  quando bem me via
                  Eu era apenas um
                  sabiá
E você um bem-te-vi
                             
                                Que não vejo mais

















[junior ferreira]

2 comentários:

  1. Bem que vi a sua poesia me alegrando o dia, cantarolando uma canção de partidas e chegadas, de inspiração que quase voa

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  2. Que os pássaros digam amém! Gosto muito da sua maturidade poética! Publicar, já!

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