[...]
Brincávamos entre milhares
no meio da rua
Ninguém se importava
se os carros ou motocicletas
viessem na mesma direção
acabando com o fluxo dos que corriam pra lá e pra cá
Brincávamos sem medo
pulávamos os passeios
e escorregávamos, as vezes, de cara no chão.
Não existia machucado naquela época.
Os barulhos, eram tambores
freneticamente acertados ao ritmo veloz dos nossos corações.
E quando a tristeza batia, nem mesmo nos acudíamos
Convidávamos a entrar em ressonância
com a nossa inoscência
e mostrávamos aquele samba
que nasceu com nossos pés
numa alegria
que contagiaria até mesmo os
que esqueceram de que um dia existiu a infância.
[junior ferreira]
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