domingo, 6 de julho de 2014

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Quero o azul que me prometeu
dentro do seu carro velho.
Das antigas manhãs, o desiludido calor do sol
que nos abraçou sem nenhum esforço, eu quero de volta.

O amor foi transmitido a rádio
na quinta feira passada
E desde fevereiro
vejo na televisão
o anúncio de pessoas que querem amar.
Pobres coitados,
querem comprar o amor.
E dizem pagar um preço alto.
Justo.
Nem mesmo é azul
o modelo deste amor em promoção.
É banal,
se acha em qualquer praça
ou esquina. Qualquer supermercado, boteco.
Contudo, tornou-se tão necessário
que me vejo louco
e carente,
imensamente carnívoro e voraz
para comer deste novo amor,
o qual é tão mencionado pelas pessoas
no meio da rua,
nas avenidas,
em qualquer lugar.

Devolva-me, agora, as cores que foram roubadas
do meu quintal.
E eu devolverei o seu velho amor,
o qual ainda permanece
nas gavetas do meu quarto,
no meu guarda-roupas,
sombrinhas,
guarda-chuvas,
chocolate,
larva,
mariposa.














[junior ferreira]






2 comentários:

  1. E a gente vai ficando junto, meio separado... meio grudado.

    dentrodabolh.blogspot.com

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  2. De extrema sensibilidade, amor... Você me toca

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