[...]
Ainda que a memória falhe, sei que os concretos não a seguram mais.
A antiga casa perto do rio, fora destruída.
Construíram um comércio sobre os destroços.
Lembro-me dos barquinhos de papel que colocávamos no rio em épocas de enchente.
Lembro-me da Chimbica, e suas ulceras de câncer, da Dona Fizinha, de quem tanto tive medo - por pensar que fosse bruxa, e por ser banguela, iria me engolir por inteiro.
Passei um breve tempo da minha infância, neste lugar.
Embora não mais exista, por mais antiga que seja, na memória sempre será a minha casa.
[junior ferreira]
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