[...]
Só não se perdeu na metade, porque a metade não existe.
Só não viu o outro lado do Universo devido a assimetria.
E se ele não tem lados correspondentes, eu também não tenho,
você também não, ninguém tem.
A recíproca foi algo que se consumiu, desapareceu,
e o amor, ah o amor (quanta imaturidade falar sobre o amor)... Quantas vezes amamos sozinhos,
acreditamos sozinhos
e choramos por uma resposta que refletiria
tudo na mesma metade?
Bilhões e trilhões de vezes, eu respondo.
Se o amor fosse simétrico, não cairíamos
na efemeridade
de um buraco solitário
e escuro que
se acaba
na
singularidade
perplexa da não existência
de sua própria e verdadeira
dualidade.
[junior ferreira]
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