segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

[....]












Se afastaram de mim
porque eu tinha gosto de pedra.
Não era indiferente, mas também não gostava.
Tentei ser metade daquilo que sonhei,
e não foi suficiente.
Quando me aproximei e fingi gostar,
me vi amando,
abraçando outro corpo e gostando mais
de outro, do que de mim mesmo.
Nas noites frias, fui o vendaval que gritava lá fora.
Fui aquela coisa que saía correndo pela rua,
machucado, dizendo que o mundo
estava prestes a acabar.
Acreditei veemente que a lua
cairia na terra
e que de todos os olhares,
o seu era a única certeza
que cobriria
o meu desespero.


















[junior ferreira]








quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

[...]













Caí do quinto andar, e me tornei pó.
Quando sopra o vento,
sou poeira;
quando caio no mar, sou oceano.

Sou metade, agora, daquilo de quando fui outro.
Nem poeira, nem oceano,
apenas
uma borboleta transparente,
singular,
simbolo do caos e de tudo
que norteia a minha
existência












[junior ferreira]