domingo, 27 de abril de 2014

[...]

















Digo ao derradeiro poema
que seja veloz
e nunca amargo

Peço ao derradeiro poema
para ser paciente
naqueles momentos que tenho amnésia

Despeço-me do ultimo poema
com um sorriso no rosto
e uma dor forte no peito

Diga ao poema
que irei comprar flores
com a cor dos olhos dele
e com cheiro de saudade




















[junior ferreira]

terça-feira, 22 de abril de 2014

[...]











Disse ao passarinho
que tenho urgência em ser feliz
pressa em me ver livre da
bagagem
que se encheu de coisas sem nexo
                                                     incoerências
Estou cansado deste peso
dessa ideia
de me tornar
tão desnecessário quanto a minha mala

Tenho pressa em viver
pressa em fazer sentido











[junior ferreira]


[...]

















Por detrás
dos diálogos que circulam a cozinha
vejo que minhas preocupações
são menores do que a quantidade de tomates
dentro da salada
que o cheiro de alho que circula pela casa
ínfimas em relação ao azedo do vinagre
banais
se comparados ao gosto do bolo
que acabara de sair
do forno



















[junior ferreira]

sexta-feira, 18 de abril de 2014

[...]
















Estava por demais inquieto
pensando se veria ou não
                                       o por-do-sol
                                       novamente
por demais ansioso
para descobrir a ligação
entre o curinga
e Deus
entre o mistério do jogo Paciência
e a verdadeira existência
da paciência em si - aquela que vai além da palavra
acima do peso que pondera a própria imagem
que percorre a célula e desmembra o DNA
revelando o verdadeiro enigma
de sua essência

Sou por demais louco
não racional
                   não lógico
sou homem, feito de carne
                                        e de imaginação
O que me resta é a ideia
                                    e a vontade de me reinventar
                                                                                a todo momento



















[junior ferreira

sexta-feira, 4 de abril de 2014

[...]














Fim de tarde veloz
vermelho
relampeja sua essência
em diversas cores
a cada
dia

Luz
percorre
o espaço e o tempo
e toda a imensidão
incalculável
do universo
até lançar o derradeiro
feixe eletromagnético
em seu
corpo
sua camisa
rasgada
e suja de suor
seus barulhos
em forma de
fumaça
e sua presença
embutida nos
últimos
relâmpagos
da noite














[junior ferreira]